A companhia de teatro Teatrão, de Coimbra, vai ser premiada em Espanha pelo projecto “A Meu Ver”, que desenvolve em parceria com a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal.
O Teatrão vai receber o prémio FTV Valacar 2023, que distingue “a integração nas artes cénicas” e é atribuído no âmbito do Festival de Teatro Valacar, que se realiza na Corunha (Galiza, norte de Espanha) e está ligado à Organização Nacional de Cegos Espanhóis (ONCE).
“Este ano, o galardão viajará até Portugal já que o trabalho do Teatrão tem contribuído para a promoção e a integração de pessoas com diversidade funcional graças à implementação do projecto ‘A Meu Ver’”, revelou a organização do festival.
Esta é a quinta edição do Prémio FTV 2023 e a primeira vez que é atribuído a uma entidade ou pessoa fora de Espanha.
O prémio será oficialmente entregue a representantes do Teatrão e da ACAPO em 16 de Novembro, na Corunha, dentro das actividades do Festival de Teatro Valadar, que decorre entre os dias 9 e 25 deste mês.
O “A Meu Ver”, financiado pela Fundação Gulbenkian e pela Fundação La Caixa, é um projecto de três anos dentro do qual, entre outras iniciativas, o Teatrão trabalha com cegos, pessoas com baixa visão e normavisuais e desenvolverá três espectáculos originais, sendo que dois foram já estreados.
O primeiro, a peça “O que é invisível”, estreou-se em Março de 2022 e o segundo, “O Senhor Biedermann e Os Incendiários”, uma adaptação a partir do texto original de Max Frisch, estreou-se em Junho deste ano.
O projecto trabalha ainda com a rede familiar e social dos participantes, tem acompanhamento e produção científica e desenvolve parcerias nacionais e internacionais com colectivos congéneres.
“Este é um projecto que gera também um grande impacto no Teatrão, porque a partir deste projecto conseguimos um financiamento de um programa da Direcção-Geral das Artes, o projecto Artes sem Limites, que permitiu a aquisição de uma cabine de audiodescrição. Neste momento, o Teatrão tem espectáculos com tradução de língua gestual portuguesa e audiodescrição que, se não tivéssemos o ‘A meu Ver’, não aconteceria”, disse a directora da companhia, Isabel Craveiro, em Maio passado.
A cabine de audiodescrição permite que, durante o espectáculo, seja feita ao vivo a ‘tradução’ do que está a acontecer no palco para os cegos e pessoas de baixa visão, que têm auriculares enquanto assistem à representação.
Fonte: Campeão das Províncias
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