Rodrigo Cunha, Amílcar Falcão, Ana Abrunhosa e Teresa Mendes
Coimbra alcançou um feito a nível europeu ao obter um financiamento de 15 milhões de euros para a contratação de investigadores mundiais na pesquisa da biologia do envelhecimento, conforme foi hoje destacado.
O projecto contemplado pela Comissão Europeia é do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA na sigla inglesa), com a liderança da Universidade de Coimbra, em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o Instituto Pedro Nunes, assim como a Universidade de Newcastle (Reino Unido) e o Centro Médico Universitário de Groningen (Holanda).
O Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento pretende ser o primeiro centro de investigação de excelência na área do envelhecimento activo e saudável na Europa do Sul, envolvendo um investimento total de 50 milhões de euros, que inclui a construção de um edifício (Biomed) no pólo III da Universidade de Coimbra.
Visivelmente satisfeita com a aprovação da candidatura, após várias fases de selecção, a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, destacou que o MIA, para além da actividade científica, que cria postos de trabalho altamente qualificados, pretende “fomentar novas práticas de empreendedorismo, oferecendo oportunidades de negócios à região e estimulando a economia”.
“Numa região onde o envelhecimento da população é um dos desafios societais mais preocupantes, este centro de excelência irá assumir um lugar de vanguarda internacional na pesquisa da biologia do envelhecimento, aliando este conhecimento a estratégias de intervenção e cuidados de saúde que melhorem a esperança de vida saudável do ser humano”, acrescentou.
Também o novo reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, considerou ser este “um dia feliz para a cidade e a região”, ao obter uma “vitória com mérito após uma prova de resiliência”, destacando ser o trabalho de uma equipa, onde a presidente da CCDRC “apoiou e empurrou o projecto até ao limite”.
Teresa Mendes, que lidera o Instituto Pedro Nunes, justificou a participação do IPN como um “parceiro natural”, ao ligar a investigação e a produção de conhecimento à área empresarial.
Na apresentação hoje efectuada na CCDRC, coube ao coordenador científico do projecto, Rodrigo Cunha, explicar que a investigação em biologia molecular “não pretende prolongar a vida, mas uma maior qualidade de vida no envelhecimento, tendo em conta que o avanço da idade é o principal factor de risco de doenças”.
Para o professor da Faculdade de Medicina, isto acontece em Coimbra porque a Universidade tem uma “marca” de qualidade, existe o Centro de Neurociências, o Biocant (Cantanhede) e o Centro Hospitalar e Universitário.
Os 15 milhões de euros de financiamento vão permitir contratar oito novas equipas, com um total de 50 a 60 investigadores, de todo o mundo, que se vão juntar às que já estão constituídas em Coimbra.
O reitor da UC afirmou que a “investigação em saúde é uma área estratégica” e prevê para breve o lançamento do concurso para a construção do edifício Biomed III, que estará concluído no prazo de três anos e representará um investimento até 18 milhões de euros.
Para além de possibilitar a investigação, a formação avançada, a inovação e a transferência de tecnologia, o Biomed III terá um biotério (local com animais para investigação científica) e um biobanco (reúna amostras biológicas da população).
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