Uma das cenas do espectáculo “From Afar It Was Na Island. De Perto, Uma Pedra”, de João Fiadeiro.
O festival mais antigo do país está de volta com a sua 41.ª edição. O Citemor, mais uma vez, segue o curso do rio Mondego e liga Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz entre quinta-feira (25) e dia 17 de Agosto.
O programa apresenta um conjunto de propostas artísticas diversas, que implicam cruzamentos disciplinares e que estimulam relações entre as artes performativas e a fotografia, o cinema, o vídeo e a literatura.
O Citemor inicia-se quinta-feira com um primeiro bloco da sua programação a decorrer na cidade de Coimbra, mais concretamente na Casa das Artes Bissaya Barreto, pelas 18h00, onde será apresentado o livro “Dissecação de um cisne”, de Miguel Bonneville, com a presença do autor e do filósofo Pedro Arrifano.
Esta obra reúne desenhos, fotografias intervencionadas, registo de performances e textos originais, criados por Bonneville, e corresponde à primeira fase de pesquisa para a criação do espectáculo “A Importância de Ser Georges Bataille”.
Após a apresentação do livro terá lugar a abertura dos “Loops.Lisboa”, resultado de uma parceria do Festival Temps d’Images e do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC), a que o Citemor está associado desde a primeira edição.
“Loops.Lisboa” fica, também, na Casa das Artes Bissaya Barreto, diariamente entre as 15h00 e as 19h00, até 03 de Agosto.
Ainda na quinta-feira, mas pelas 21h30, no Teatro da Cerca de São Bernardo, tem lugar o primeiro espectáculo do programa, “From Afar It Was Na Island. De Perto, Uma Pedra”, de João Fiadeiro, que propõe proporcionar ao espectador que olhe de perto um trabalho que foi originalmente desenhado para ser visto de longe.
Para encerrar o primeiro dia, o festival ruma até ao Salão Brazil, às 23h30, para um encontro com o compositor, vocalista e produtor de música BlackBambi.
Entre quinta e sexta-feira (26) vários serão os pontos de Coimbra a serem percorridos pelo Citemor, que promete “inundar” a cidade de arte e cultura.
Já no sábado (27) o festival desloca-se para Montemor-o-Velho, ao Teatro Esther de Carvalho, às 22h30, onde Paula Diogo lançará as bases de um projecto que irá desenvolver ao longo dos próximos dois anos. “Terra Nullius” é uma viagem, uma reflexão sobre o que prende cada pessoa aos lugares.
Na segunda semana o evento chega à Figueira da Foz, onde Sónia Baptista apresentará “Triste In English From Spanish (Redux)”, a 01 e 02 de Agosto, na Garagem Autopeninsular.
Este é um espectáculo de teatro e dança, em diálogo com várias outras artes. A peça nasceu da tristeza que a autora sentia sobre questões como a opressão das mulheres e a exploração dos recursos do nosso planeta, abordando um assunto tabu: a depressão.
Muitos outros espectáculos e apresentações irão decorrer ao longo dos próximos dias entre as três localidades. Desde manipulações de fotografias em tempo real, teatro, música e muito mais.
O Citemor não é apenas uma mostra de espectáculos ou uma selecção de propostas artísticas para partilhar com os públicos, o programa deste Verão pretende “sublinhar a vocação produtora do projecto e consagrar Montemor-o-Velho como lugar de criação”.
O projecto, devido ao seu carácter e especificidade, “promove a pesquisa, a experimentação, a criação e a inovação artística”, através do programa de residências de criação, área em que foi pioneiro, e “vem dar continuidade a um contributo histórico para a edificação de um repertório contemporâneo”, a partir da produção de novas obras.
A organização do festival salienta, ainda, que numa perspectiva local e regional, o Citemor “é reconhecidamente um factor decisivo na identidade da vila, que contribui para o desenvolvimento e coesão do território”.
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