A Câmara respondeu à carta enviada pelo Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) onde este criticava o Município por não ter considerado a Escola Agrária para a gestão científica do arvoredo, tendo optado por uma instituição de Lisboa.
A carta aberta, assinada pelo presidente da instituição, Jorge Conde, foi endereçada ao presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, dando conta do desagrado do IPC com um acordo entre o município e o Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa para a gestão científica do arvoredo, ao não considerar para esse processo a Escola Superior Agrária, que integra o Politécnico.
Na resposta, também numa carta aberta, o presidente do Município justificou a escolha por o centro do ISA ser a instituição “com mais experiência em Portugal no domínio da ciência da arboricultura moderna e arvoredo urbano e por já terem realizado estes trabalhos para os municípios de Lisboa, Cascais e Almada, que são concelhos com estruturas urbanas semelhantes à cidade de Coimbra, com a mesma tipologia de arvoredo (26 mil árvores urbanas) e com os mesmos desafios, nomeadamente as ilhas de calor”.
Na carta aberta do Politécnico, Jorge Conde, apesar de louvar a iniciativa, manifestou a sua “perplexidade pelo facto de, existindo em Coimbra uma das mais competentes entidades para este serviço”, a Agrária, esta não ter sido “consultada ou, no mínimo, convidada a participar no concurso”.
Para Jorge Conde, a situação justifica pôr “em causa a competência para o cargo do senhor vereador [Francisco Queirós]”, eleito pela CDU e que tem o pelouro dos espaços verdes.
“Esta atitude revela desconsideração pelo Politécnico de Coimbra e pela sua Escola por parte da Câmara Municipal de Coimbra e, especificamente, por parte do vereador responsável pelo pelouro, Francisco Queirós”, critica o presidente do IPC.
No documento, o presidente do IPC sustenta que a Agrária de Coimbra conta com experiência nesta área, dando conta de um trabalho daquela natureza concluído recentemente para a Câmara de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro.
No documento, o responsável considera ainda que a celebração do referido acordo ignorando a Agrária revela “desconhecimento das valências científicas” da instituição.
Na resposta, José Manuel Silva começa por criticar a forma “menos cordial” de comunicação escolhida pelo Politécnico, justificando a sua carta aberta por sentir-se “obrigado” a responder pelo mesmo meio.
O presidente da Câmara de Coimbra sublinhou que a escolha do Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves (CEABN), do ISA, foi uma opção “baseada em critérios de experiência científica e técnica devidamente consolidadas”.
José Manuel Silva afirmou ainda que o responsável pelos serviços técnicos desta área no Município conta com formação base na Agrária de Coimbra e manifestou um “imenso sentido de injustiça” na abordagem de Jorge Conde, já que existe “uma umbilicalidade” associada àquela escola superior, que tem facilitado a colaboração entre as duas instituições.
Ao longo da carta aberta, o autarca sublinhou que a Câmara de Coimbra tem procurado colaborar com várias instituições científicas do concelho que trabalham na área do arvoredo e espaços verdes, entre as quais a Agrária.
No final da resposta a Jorge Conde, o presidente da Câmara de Coimbra manifestou ainda toda a disponibilidade do Município em trabalhar com o IPC e com “todas as suas diferentes escolas”, reiterando “a sua total receptividade para continuar a receber proactivamente do IPC propostas de parceria técnico-científica nas áreas de intervenção camarária”.
Fonte: Campeão das Províncias
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