O Município de Alvaiázere criticou hoje o encerramento da estação dos CTT na sede do concelho, anunciado pela empresa, e lamentou que o Interior se mantenha ostracizado e estigmatizado.
Numa nota de imprensa, a Câmara de Alvaiázere, no distrito de Leiria, adiantou que o Município foi informado, “de forma presencial e informal, da intenção da administração da empresa CTT vir a encerrar a estacão de correios de Alvaiázere”.
Na mesma reunião, a autarquia revela que manifestou “total desacordo com a decisão da empresa, tendo sido informada que os CTT iriam implementar um modelo que garantiria que os serviços postais prestados na estação de correios iriam continuar a ser prestados integralmente à população”.
Lamentando não ter sido chamada a participar no processo de seleção dos parceiros dos CTT, a Câmara liderada por Célia Marques (PSD) acautelou, contudo, “que não iria existir qualquer perda de serviços para os alvaiazerenses”.
“Não foi apresentado um horizonte temporal para a concretização dessa intenção, nem tão pouco existiram quaisquer outros contactos institucionais sobre esta matéria por parte daquela empresa, facto que se lamenta, por consagrar um desrespeito institucional para com a autarquia”, acrescenta a nota de imprensa.
Para o Município, é “inequívoco que o encerramento da estação de correios da vila de Alvaiázere representa mais um episódio que atenta contra a identidade dos alvaiazerenses, tal como, no passado, representou o encerramento ou desclassificação de outros serviços de cariz público, pese embora, neste caso concreto, prestado por uma empresa privada”.
Considerando que o encerramento terá um “impacto negativo para as populações de territórios como o de Alvaiázere, do chamado interior, que se sentem, há vários anos, ostracizadas e estigmatizadas”, o Município entende que a ação tem um peso “simbólico” que contribui ainda mais “para agudizar estes sentimentos”.
“Mais do que o simbolismo inerente ao encerramento de qualquer edifício, a salvaguarda da qualidade dos serviços de cariz público (sejam eles prestados por entidades públicas ou privadas), deve ser a primeira e última preocupação da Câmara Municipal, enquanto representante dos seus munícipes”, lê-se ainda no comunicado.
Nesse sentido, a autarquia promete estar “atenta” e irá “intervir, no quadro das suas competências, se os pressupostos de manutenção da qualidade dos serviços garantidos deixarem de se verificar”.
LUSA
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