O arquitecto e professor universitário José António Bandeirinha foi eleito o novo presidente do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra (CMCC).
Segundo a autarquia, a votação decorreu ontem, dia 6 de Dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, e “inaugura uma nova etapa no trabalho desenvolvido por este órgão consultivo da Câmara Municipal (CM) de Coimbra”.
No decurso da sessão do Conselho foram também abordadas as linhas estratégicas de acção cultural municipal para 2023, o balanço e a reflexão sobre os contributos apresentados pelas entidades associativas na revisão da regulamentação do apoio municipal à actividade cultural e, ainda, as potencialidades e as fragilidades do actual regulamento do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra.
Para além de José Amtónoo Bandeirinha foram também eleitas para a nova Mesa do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra, como primeira-secretária, Catarina Pires, da Associação Há Baixa, e, como segunda-secretária, Maria Manuel Almeida, da Bonifrates – Cooperativa de Produções Teatrais. Enquanto lista única apresentada a eleições, a votação contou com a participação das 59 entidades presentes na reunião, resultando em 42 votos a favor, dois contra e 15 votos em branco.
Nascido em Coimbra, em 1958, José António Bandeirinha é arquitecto pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1983), professor catedrático do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 2002. É investigador do Centro de Estudos Sociais e foi director do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra entre 2002 e 2004; entre 2006 e 2007 e entre 2017 e 2021. Foi ainda pró-Reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra (de 2007 a 2011) e director do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2011-2013).
José António Bandeirinha tem dedicado os seus estudos à teoria da arquitectura e da cidade, centrando-se, no essencial, sobre as consequências urbanas e arquitectónicas das práticas políticas. Dotado de uma grande experiência na definição de estratégias de desenvolvimento de iniciativas culturais coerentes e consistentes com o território, é muito sensível ao cruzamento de linguagens e disciplinas culturais, sendo também um profundo conhecedor da cidade e da região.
“Transformar o Conselho Municipal da Cultura num órgão realmente funcionante, elevando-o a um parlamento da cultura de Coimbra, com um presidente eleito interpares, capaz de ser um elemento central de uma estratégia de debate e de desenvolvimento cultural e artístico, sem qualquer castração política” era a 43.ª medida que constava do programa político da coligação Juntos Somos Coimbra; que também foi plasmada na revisão do Regulamento Interno do CMCC pelo actual Executivo.
“Com um presidente eleito interpares, o Conselho Municipal ganha uma nova dinâmica democrata, que vai permitir uma reflexão ampla e estratégica sobre a cultura do concelho, através da mobilização dos diversos agentes culturais”, explicou José Manuel Silva, após felicitar José António Bandeirinha como novo presidente do CMCC.
Na ordem de trabalhos da sessão foram também apresentadas as linhas estratégicas de acção cultural municipal para 2023 pelo director do Departamento de Cultura e Turismo, Paulo Pires, que destacou seis áreas essenciais: narrativa e comunicação cultural, programa municipal de apoio ao ecossistema cultural, projectos-âncora de alcance estratégico, política de eventos e programação cultural e artística, articulações intersectoriais com outras áreas de intervenção municipal e afirmação e posicionamento estratégico de Coimbra nas escalas regional, nacional e plano externo. O momento serviu ainda para que José Manuel Silva apresentasse aos conselheiros culturais o novo chefe de Divisão de Cultura e Promoção Turística da CM de Coimbra, Rafael Nascimento.
Já no ponto sobre os contributos apresentados pelas entidades associativas para a revisão da regulamentação do apoio municipal à actividade cultural, foi dada a palavra aos conselheiros culturais municipais, que salientaram, entre outras questões, a necessidade de uma melhor calendarização para a abertura de candidaturas ao apoio financeiro municipal. Já sobre as potencialidades e fragilidades do actual regulamento do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra, ficou decidido que o regulamento será alvo de algumas alterações, de forma a ir ao encontro da nova estratégia cultural do Município.
No final da reunião, o presidente cessante do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra, José Manuel Silva, deu as boas-vindas às cinco personalidades de indiscutível mérito que foram eleitas por processo de cooptação para integrar o Conselho na reunião anterior: Cristina Robalo Cordeiro, professora catedrática aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; José António Bandeirinha, professor catedrático do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra; Maria Teresa Alegre Portugal, professora aposentada, antiga vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra e ex-deputada à Assembleia da República; Virgílio Caseiro, maestro e compositor; e Paulo Furtado, músico e compositor conhecido pelo seu nome artístico Legendary Tigerman, que passarão a integrar este órgão consultivo do Município.
Fonte: Campeão das Províncias
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